A condenação e a caçada judicial contra Luiz Inácio
Lula da Silva não foram suficientes para tirá-lo da liderança da corrida
presidencial de 2018; nova pesquisa CUT-Vox Populi, realizada entre os
dias 29 e 31 de julho, mostra que o ex-presidente Lula lidera as intenções de
voto em todos os cenários pesquisados: contra Jair Bolsonaro (PEN-RJ) ou João
Doria (PSDB-SP), Lula alcança 53% das intenções de voto; se os candidatos forem
Geraldo Alckmin (PSDB-SP) ou Marina Silva (Rede-AC), Lula bate ambos com 52% dos
votos; para Marcos Coimbra, diretor do Instituto Vox Populi, vários dados
pesquisa podem explicar porque Moro não acabou com as intenções de voto
positivas no ex-presidente, como o fato de muitos eleitores julgarem que ele
não conseguiu apresentar provas contra Lula no caso do triplex do Guarujá
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue
líder absoluto nas intenções de voto para o Planalto em 2018, apesar da caçada
judicial de que tem sido vítima.
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A nova rodada da pesquisa CUT-Vox Populi, realizada
entre os dias 29 e 31 de julho, mostra que o ex-presidente Lula lidera as
intenções de voto para presidência da República no segundo turno nos quatro
cenários pesquisados: contra Jair Bolsonaro (PEN-RJ) ou João Doria (PSDB-SP),
Lula alcança 53% das intenções de voto; se os candidatos forem Geraldo Alckmin
(PSDB-SP) ou Marina Silva (Rede-AC), Lula bate ambos com 52% dos votos.
Nesses cenários imaginados pela pesquisa, Bolsonaro
teria 17% dos votos. Já Alckmin, Doria e Marina alcançariam, no máximo, 15% do
total de votos, cada um.
A intenção de voto espontânea em Lula também
aumentou depois que o juiz Sérgio Moro condenou o ex-presidente, sem nenhuma
prova, por crime de corrupção passiva no caso do tríplex do Guarujá. Em junho,
antes da sentença, 40% dos entrevistados disseram que votariam no
ex-presidente. No fim de julho, o percentual aumentou para 42%.
Para Marcos Coimbra, diretor do Instituto Vox
Populi, vários dados pesquisa podem explicar porque Moro não acabou com as
intenções de voto positivas no ex-presidente.
“Um deles, muito importante, é que, para 42%
dos entrevistados, Moro não provou a culpa de Lula no caso do tríplex do
Guarujá. Para 32%, Moro provou e, outros, 27% não souberam ou não quiseram
responder”.
Outros
candidatos
No cenário em que os entrevistados não recebem
cartela com nomes e citam espontaneamente em quem pretendem votar para
presidente da República em 2018, o segundo colocado é Bolsonaro, com 8% das
intenções de voto.
Marina vem em terceiro, com 2%; e, embolados com
apenas 1% dos votos aparecem Moro (sem partido), Ciro Gomes (PDT-CE), Joaquim
Barbosa (sem partido), Doria, Fernando Henrique e Alckmin.
Aécio Neves (PSDB-MG) zerou novamente, como havia
zerado em junho, após as denúncias de corrupção feitas pela PGR – Procuradoria
Geral da República.
Intenção
de voto estimulada
No cenário em que a intenção de voto foi estimulada
com Alckmin, o tucano atinge 6% das intenções de voto e Lula, 47%. Bolsonaro
tem 13%, Marina, 7%, e Ciro, 3%.
Na estimulada com Doria, Lula tem 48% das intenções
de voto, Bolsonaro manteve os 13%, Marina subiu para 8% e o prefeito de São
Paulo empatou com Ciro Gomes, com 4%.
O pessimismo dos brasileiros com o momento
econômico e político atual e o descrédito no governo Temer, aliados as
lembranças de um passado recente de que a vida era melhor nos governos do PT,
ajudam a explicar porque as intenções de voto no presidente Lula são as que
mais crescem em todos os cenários da pesquisa”, analisa Coimbra.
Segundo ele, outros dados da pesquisa CUT-Vox,
ajudam a entender essa tese. Um deles é o aumento de 49% para 55%, entre
junho e julho deste ano, do percentual de entrevistados que apontam Lula como o
melhor presidente que o Brasil já teve - o outro nome lembrado é o de Fernando
Henrique Cardoso (PSDB-SP), com 15%.
Além disso, 58% dos brasileiros consideram Lula um
bom administrador, 65% dizem que ele é trabalhador e 61% afirmam que a vida
melhorou nos 12 anos de governos do PT.
Já o presidente da CUT, Vagner Freitas, ressalta
que o pessimismo dos brasileiros com o governo Temer vem aumentando rapidamente
mês a mês por causa do desemprego recorde – mais de 13,5 milhões de
trabalhadores estão desempregados – e das medidas de arrocho salarial,
previdenciário e social.
Para Vagner, isso explica dados da pesquisa como os
de que, com Temer, a vida piorou para 61% dos entrevistados – em junho o
percentual era de 52%.
Aumentou também o pessimismo e a descrença quanto a
capacidade de Temer de controlar a inflação – em junho, 62% achavam que a
inflação ia aumentar. Em julho, esse percentual pulou para 75%. Cresceu também
o percentual dos que acham que vai aumentar o desemprego no Brasil - de 68% em
junho para 72% em julho.
“O povo quer votar em quem tem compromisso com a
classe trabalhadora tanto para voltar a ter uma vida melhor, quanto para
reverter as medidas que Temer tomou para acabar com a CLT e a aposentadoria,
entre tantas outras desgraças desta gestão golpista”, conclui Vagner.
A pesquisa UT/Vox Populi, realizada nos dias 29 e
31 de julho, entrevistou 1999 pessoas com mais de 16 anos, em 118
municípios, em áreas urbanas e rurais de todos os estados e do Distrito
Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior.
A margem de erro é de 2,2 %, estimada em um
intervalo de confiança de 95%.