Renúncia
de Roseana decreta decadência da família Sarney na política
Em 2015,
Roseana e José Sarney estarão fora da vida política
Em menos de 30 dias, dois nomes, que há muitos anos
sempre se destacaram na política nacional, sairão de cena: José e Roseana
Sarney. Pai e filha se aposentam da vida pública após o fim de seus mandatos
como senador e governadora, respectivamente. Na análise de especialistas, a
“decadência da família Sarney” se deu pela baixa chance de os dois saírem
vitoriosos nas eleições deste ano.
Na política desde 1990, Roseana Sarney (PMDB)
decidiu, aos 61 anos, seguir os caminhos do pai e não ocupar mais cargos
públicos. O mandato dela no governo do Maranhão termina no dia 31 de dezembro,
mas ela já anunciou que renunciará na próxima terça-feira (09). Vai para Miami,
nos Estados Unidos. O cientista político David Fleischer avalia que,
dificilmente, ela tentará alguma eleição no futuro.
“Ela foi minha aluna na UnB [Universidade de
Brasília] nos anos 70. Foi uma aluna muito inteligente, fazia análises
excelentes, tirava notas muito boas. Mas ela tem alguns problemas de saúde que
podem ser um fator para ela não voltar à política ativa. Além disso, ela tem
alguns netos para cuidar já também. Cuidar de neto é uma grande atividade”,
disse o cientista.
A governadora, que já fez até festa de despedida,
disse que renunciará ao cargo, faltando três semanas para concluir o mandato.
Apesar da crise de segurança vivida pelo Estado, não há motivos claros para
essa atitude.
Gesto de derrota
Para o cientista político Rogério Schmitt, a saída
antecipada do cargo representaria um gesto de derrota, já que o candidato
apoiado pela família nas eleições deste ano, Lobão Filho (PMDB), perdeu para
Flávio Dino (PCdoB), da oposição.
“Se a renúncia acontecer é um sinal de que ela não
tem um bom relacionamento com o seu sucessor. Não quer, digamos, sair na foto
passando a faixa para ele”, avaliou.
A família Sarney foi a principal força política no
Maranhão durante décadas. A segunda geração (Roseana) sai sem deixar herdeiros.
Um dos sinais de enfraquecimento dessa “dinastia”, segundo Schmitt, foi a
derrota dela nas urnas em 2006, quando Jackson Lago foi eleito governador. Por
uma decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 2009, os mandatos de Lago
e do vice foram cassados por abuso de poder econômico durante a campanha.
Segunda colocada, Roseana assumiu.
O pai, José Sarney (PMDB-AP), de 84 anos, já foi
presidente da República, prefeito de São Luís, governador do Maranhão e está no
Senado há 40 anos. Além da idade avançada, outro fator pesou no anúncio da
aposentadoria dele, segundo Fleischer.
“No Amapá, todas as sondagens e pesquisas mostravam
que ele tinha zero chance de reeleição. Então, eu acho que essa retirada da
vida pública é em função dessas chances quase nulas de alguma permanência na
vida política nacional”, diz o cientista.
Pai e filha já protagonizaram escândalos. Como, por
exemplo, em 2002, quando Roseana e o marido não conseguiram explicar a origem
de cerca de R$ 1,3 milhão da empresa que eram sócios, a Lunus, que não haviam
sido declarados. José Sarney também foi personagem de destaque no caso dos Atos
Secretos no Senado. Descobriu-se que parentes eram funcionários da Casa, além
de outras irregularidades envolvendo verbas e contratações.
Sarney e Câmara
Na quarta-feira (3), o carro de Sarney foi cercado
por manifestantes que se concentravam em uma das entradas da Câmara dos
Deputados. Para Schmitt, o episódio “foi uma coincidência”. Qualquer
parlamentar governista conhecido que passasse por lá naquele momento poderia
ser o alvo, de acordo com ele.
A família mantém ainda um membro na Câmara dos
Deputados. Zequinha Sarney (PV-MA), filho do senador, foi reeleito deputado
federal, mas Fleischer diz que não deve ser um grande nome na Casa.
“Eu não sei se ele vai ser um personagem muito
importante e influente na Câmara dos Deputados em 2015, até porque ele nunca
foi antes. A grande importância dele foi como ministro do Meio Ambiente. Os
ambientalistas adoraram a gestão porque ele assinava tudo o que pediam. Então,
virou queridinho dos ambientalistas”, disse o analista
Renúncia de Roseana decreta decadência da família Sarney na política
Do R7 com edição do blog
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Em menos de 60 dias, dois nomes, que há
muitos anos sempre se destacaram na política nacional, sairão de cena:
José e Roseana Sarney. Pai e filha se aposentam da vida pública após o
fim de seus mandatos como senador e governadora, respectivamente. Na
análise de especialistas, a “decadência da família Sarney” se deu pela
baixa chance de os dois saírem vitoriosos nas eleições deste ano.
Na política desde 1990, Roseana Sarney
(PMDB) decidiu, aos 61 anos, seguir os caminhos do pai e não ocupar mais
cargos públicos. O mandato dela no governo do Maranhão termina no dia
31 de dezembro, mas ela já anunciou que renunciará na próxima
terça-feira (09). Vai para Miami, nos Estados Unidos. O cientista
político David Fleischer avalia que, dificilmente, ela tentará alguma
eleição no futuro.
“Ela foi minha aluna na UnB
[Universidade de Brasília] nos anos 70. Foi uma aluna muito inteligente,
fazia análises excelentes, tirava notas muito boas. Mas ela tem alguns
problemas de saúde que podem ser um fator para ela não voltar à política
ativa. Além disso, ela tem alguns netos para cuidar já também. Cuidar
de neto é uma grande atividade”, disse o cientista.
A governadora, que já fez até festa de
despedida, disse que renunciará ao cargo, faltando três semanas para
concluir o mandato. Apesar da crise de segurança vivida pelo Estado, não
há motivos claros para essa atitude.
Gesto de derrota
Para o cientista político Rogério
Schmitt, a saída antecipada do cargo representaria um gesto de derrota,
já que o candidato apoiado pela família nas eleições deste ano, Lobão
Filho (PMDB), perdeu para Flávio Dino (PCdoB), da oposição.
“Se a renúncia acontecer é um sinal de
que ela não tem um bom relacionamento com o seu sucessor. Não quer,
digamos, sair na foto passando a faixa para ele”, avaliou.
A família Sarney foi a principal força
política no Maranhão durante décadas. A segunda geração (Roseana) sai
sem deixar herdeiros. Um dos sinais de enfraquecimento dessa “dinastia”,
segundo Schmitt, foi a derrota dela nas urnas em 2006, quando Jackson
Lago foi eleito governador. Por uma decisão do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), em 2009, os mandatos de Lago e do vice foram cassados por
abuso de poder econômico durante a campanha. Segunda colocada, Roseana
assumiu.
O pai, José Sarney (PMDB-AP), de 84
anos, já foi presidente da República, prefeito de São Luís, governador
do Maranhão e está no Senado há 40 anos. Além da idade avançada, outro
fator pesou no anúncio da aposentadoria dele, segundo Fleischer.
“No Amapá, todas as sondagens e
pesquisas mostravam que ele tinha zero chance de reeleição. Então, eu
acho que essa retirada da vida pública é em função dessas chances quase
nulas de alguma permanência na vida política nacional”, diz o cientista.
Pai e filha já protagonizaram
escândalos. Como, por exemplo, em 2002, quando Roseana e o marido não
conseguiram explicar a origem de cerca de R$ 1,3 milhão da empresa que
eram sócios, a Lunus, que não haviam sido declarados. José Sarney também
foi personagem de destaque no caso dos Atos Secretos no Senado.
Descobriu-se que parentes eram funcionários da Casa, além de outras
irregularidades envolvendo verbas e contratações.
Sarney e Câmara
Na quarta-feira (3), o carro de Sarney
foi cercado por manifestantes que se concentravam em uma das entradas da
Câmara dos Deputados. Para Schmitt, o episódio “foi uma coincidência”.
Qualquer parlamentar governista conhecido que passasse por lá naquele
momento poderia ser o alvo, de acordo com ele.
A família mantém ainda um membro na
Câmara dos Deputados. Zequinha Sarney (PV-MA), filho do senador, foi
reeleito deputado federal, mas Fleischer diz que não deve ser um grande
nome na Casa.
“Eu não sei se ele vai ser um personagem
muito importante e influente na Câmara dos Deputados em 2015, até
porque ele nunca foi antes. A grande importância dele foi como ministro
do Meio Ambiente. Os ambientalistas adoraram a gestão porque ele
assinava tudo o que pediam. Então, virou queridinho dos ambientalistas”,
disse o analista