Senador maranhense é acusado de fraudar o processo
por meio de uma reunião e uma convocação fantasmas
Mais do que uma simples disputa interna, a eleição para o comando do
Diretório Estadual do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
no Maranhão, marcada para ocorrer no próximo dia 30, representa a possibilidade
cada vez mais iminente de um fato histórico: o fim de 30 anos de controle
absoluto do senador João Alberto de Souza sobre a legenda no estado.
Acostumado a concorrer nas últimas três décadas em chapa única,
Carcará - como é mais conhecido o senador cacique no Maranhão -
passou a ter seu poder sobre PMDB estadual ameaçado após a entrada
da deputada estadual Andrea Murad na disputa.
Para manter-se no comando do partido, João Alberto teria, segundo acusa
o deputado federal Hildo Rocha, até mesmo fraudado a ata da reunião do
Diretório Estadual que marcaria o início da contagem do prazo até o dia da
votação. Uma reunião e uma convocação fantasmas também estão entre as acusações
contra o ainda presidente da agremiação estadual.
As fraudes e ações fantasmas, de acordo com a chapa Renovar para Crescer,
teriam como mote a redução forçada do prazo para o processo eleitoral, que pelo
estatuto do partido deveria durar 45 dias, mas foi reduzido para 10 dias,
evitando que Andrea Murad, que encabeça a chapa, possa visitar e apresentar as
propostas da Renovar para Crescer para todos os 93 diretórios municipais
da legenda.
Em outra frente, a ameaça de derrota levou o senador maranhense a
negociar a retirada de candidatura do deputado estadual e afilhado político,
Roberto Costa, a prefeitura de Bacabal.
Apontado como favorito na disputa municipal de 2016, antes de ser
sacrificado, Costa chegou a transferir o titulo de eleitor para a cidade no
final do mês passado, em cumprimento ao que determina o artigo 9º da
Lei das Eleições, mas acabou tendo de embarcar nos sinais de medo do
padrinho, inclusive tendo de flertar com o vereador Fábio Câmara, em busca de
apoio, para que Carcará, que não pode fazer no PMDB-MA uma nova Operação Tigre
para exterminar a oposição interna, não tenha o bico adunco e alto quebrado por
Andrea Murad