Roseana, Lula, Lobão e a trupe lançando a pedra fundamental de uma refinaria que não produz sequer óleo de peroba |
Assustados com o
esqueleto que queriam esconder debaixo do tapete, a sarneysada reagiu com ares
de escândalo a iniciativa responsável do governo Flávio Dino em contratar uma
empresa de segurança privada para garantir o terreno, que faz parte do
patrimônio público, onde seria construída a refinaria de Bacabeira.
Apostavam que o
abandono e o tempo levassem ao esquecimento mais um crime da ex-governadora
Roseana Sarney na região, assim como acontecera com o pólo de confecção de
Rosário, hoje entregue às moscas que sobrevoam apenas as lembranças de poucos,
especialmente dos membros das associações comunitárias, que apostaram na
promessa e acabaram com o nome no Serasa por dívidas com o Banco do Nordeste.
Depois de consumir R$
1,5 bilhão exclusivamente com terraplanagem e a constatação de que tudo não
passou de um golpe eleitoral para iludir os maranhenses com promessas de
empregos e desenvolvimento, a Petrobras devolveu o terreno para o Estado.
– Neste momento,
estamos todos juntos começando a construir uma nova etapa na história do
Maranhão – disse Lula em janeiro de 2010, ao lado de Roseana e Lobão, durante o
lançamento da pedra fundamental do empreendimento, orçado em R$ 40 bilhões,
então o maior da América da Latina.
Enquanto a Petrobras
gastava cerca de R$ 15 milhões por ano para preservar e manter vigilância na
área, o governo Flávio Dino fez um contrato emergencial de R$ 1,5 milhão pelos
mesmos serviços, o suficiente para a conclusão de uma licitação, até que se
chegue a bom termo as negociações com investidores internacionais para a
implantação de novos projetos que realmente favoreçam a população maranhense.
Este é que é o grande
problema.
Ao dar finalidade ao
terreno e os benefícios daí decorrentes será fixado na memória da população de
maneira real, o que ali poderia ter sido e não foi, dando a devida dimensão da
responsabilidade do regime Sarney pela miséria do Maranhão.
Sem a comparação com o
presente, as ruínas das obras abandonadas são apenas registros do passado.
E assim a família
Sarney e seus sócios continuam transitando numa boa, colocando a cabeça no
travesseiro desprovidos de qualquer resquício de consciência; sentimento tolo,
criado para substituir a falta de bens materiais por princípios morais e dar
sentido à vida de quem não tem dinheiro e poder.
Mas, nem mesmo se os
600 mil barris diários previstos para a refinaria fossem de óleo de peroba
seriam suficientes para ilustrar tamanha cara de pau!