Jornalismo com seriedade: Maranhão fica em último lugar em ranking nacional de sustentabilidade; Governo contesta dados

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Maranhão fica em último lugar em ranking nacional de sustentabilidade; Governo contesta dados


O Maranhão ficou em último lugar, tirando nota zero, em um ranking que avalia o índice de sustentabilidade ambiental dos estados. O levantamento analisa o desempenho de áreas como infraestrutura, educação e segurança pública.

O ranking analisa os dados dos gestores públicos a cada ano. O índice é contestado pelo Governo do Maranhão que alega que houve falha na análise da empresa que realiza o levantamento.

A falta de coleta seletiva, da destinação correta do lixo e do tratamento de esgoto foram apontados no relatório como os fatores que colocaram o Maranhão na última posição do ranking de sustentabilidade ambiental.

De acordo com Joabson Júnior, secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), o ranking não considerou os dados que foram enviados por e-mail e por isso, não há razões para a classificação.

“O Maranhão tem vários projetos sobre a parte de sustentabilidade e de meio ambiente, mas esses dados não estão chegando até a empresa. Nós vamos oficiar e notificar a empresa, para ter um retorno porque esses dados não foram usados no ranking”, explicou, o secretário.

Problemas

Por outro lado, as paisagens das mais belas praias de São Luís contrastam com a realidade que muitos maranhenses sabem a de que o local não está próprio para o banho. A sujeira que vem do esgoto que não é tratado, desemboca diretamente no mar e causa danos ao meio ambiente.

Segundo Luiz Eduardo Neves, geógrafo, apenas 30% do esgoto de São Luís é tratado. O problema atrasa o desenvolvimento sustentável, além de contribuir com problemas que podem ser irreparáveis para o nosso ecossistema.

“São Luís, por exemplo, que é a maior e a cidade mais rica do estado, trata 30% de seu esgoto. Nós não temos uma política de resíduos sólidos no estado, a maior parte, quase 100% dos municípios maranhenses, não estão obedecendo o que determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, diz o geógrafo.

O lixo também é outro grande problema. Em vários pontos, se foram montanhas de sujeira nos bairros. Mas não é só o descarte irregular, também falta educação ambiental por parte dos cidadãos.

“A gente poderia apontar o dedo para cada um de nós que não faz a coleta seletiva regularmente. Mas muitas pessoas não fazem a coleta seletiva em casa porque o caminhão do lixo vem e junta tudo. Então a solução é de macro escala, ou seja, coleta seletiva, feita pelo poder público. E também a solução de microescala, que é a educação ambiental ou seja, cada pessoa separar corretamente seu resíduo”, diz Isabela Pearce, professora doutora em Direito Ambiental.

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