Jornalismo com seriedade

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Cenário do processo de impeachment de Dilma tem atores em comum com a saída de Collor



O processo de impeachment que começa a se desenrolar na Câmara dos Deputados contra a presidente Dilma Rousseff tem atores comuns com a cassação do mandato do presidente Fernando Collor de Mello (PRN-AL), que ocorreu há 23 anos. No cenário de deposição do primeiro presidente eleito pelo voto direto depois da ditadura militar, estavam peças-chave, como o atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), além dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também figuras de peso neste novo jogo de impeachment.
Cunha, que, como presidente da Câmara dos Deputados, aceitou o pedido de abertura de processo contra Dilma –, era vidraça em 1992. Ele atuou como auxiliar do tesoureiro de Collor, Paulo César Farias, na arrecadação de recursos para a campanha do alagoano. Com a vitória nas urnas, Collor não esqueceu o colaborador fiel e o indicou para a presidência da Telerj, empresa de telefonia do Rio. Assim como enfrenta hoje acusações de cobrança de propina em contratos da Petrobras, à época, Cunha foi acusado de firmar um contrato sem licitação com empresa no valor de R$ 95 milhões. Mas foi retirado do cargo em razão de irregularidades.
Outro peemedebista importante no governo Collor foi Renan Calheiros, à época, indicado para a vice-presidência executiva da Petrobras Química (Petroquisa), subsidiária da Petrobras, onde atuou até 1994. Hoje, como presidente do Senado, ele diz se manter na base aliada do governo, mas já teve enfrentamentos com o governo Dilma.
Lula mantém a mesma importância política. Depois de ser derrotado por Collor na eleição presidencial de 1989, assumiu o comando da ferrenha oposição a seu rival e perdeu mais duas disputas pelo Palácio do Planalto até ser eleito presidente em 2002 e reeleito em 2006. Agora, é fundamental para mobilizar forças e aglutinar o PT, para evitar que sua sucessora caia em desgraça.
Hoje na presidência de honra do PSDB, o então senador Fernando Henrique Cardoso ainda manteve um flerte com Collor. Trocou afagos com Dilma, mas, no atual cenário, defende o impeachment e mais: a renúncia para evitar maiores desgastes para o país. Outro peça importante, o jurista Hélio Bicudo, que foi signatário da cassação de Collor e agora autor do pedido contra a petista, se vangloria da experiência que tem neste árido processo político. (Colaborou Pedro Rocha Franco)
Fernando Collor de Mello, senador e ex-presidente da República
Além de deixar a Presidência da República, Collor teve seus direitos políticos cassados por oito anos e retornou à política para se candidatar a senador pelo PTB de Alagoas. Vitorioso, já está em sua segunda legislatura. É um dos investigados por suspeita de envolvimento na Operação Lava-Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, tendo, inclusive, bens apreendidos. Acusa a Procuradoria-Geral da República de persegui-lo.
“A presidente está privada de instrumentos essenciais de coordenação, de concertação política para sair da crise em que colocou seu governo”
Ibsen Pinheiro
Depois de deixar a presidência da Câmara, a qual ocupou no período de 1991 a 1993, Ibsen teve depois seu mandato cassado por envolvimento com o escândalo dos Anões do Orçamento. Absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele se candidatou a deputado federal em 2006 e, agora, ocupa uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. No início do ano, assumiu a presidência do PMDB no estado.
Sydney Sanches, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal
No comando do Supremo Tribunal Federal à época do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, Sydney Sanches, hoje ministro aposentado, foi convidado a elaborar um parecer sobre a viabilidade de um processo semelhante contra Dilma Rousseff (PT), mas recusou. Ele mantém um escritório de advocacia.
‘‘Recusei porque poderia parecer que estou querendo influenciar a opinião pública apenas porque participei de outro processo de impeachment”

Pesquisa publica nova técnica para tratamento de dependência química




Um das maiores batalhas de dependentes químicos durante o tratamento de desintoxicação é controlar a vontade de voltar a consumir as drogas. Preocupados com isso, pesquisadores italianos saíram em busca de uma intervenção que pudesse diminuir a fissura por entorpecentes. Com o uso de pulsos magnéticos, eles provocaram a região cerebral ligada ao desejo pelas substâncias tóxicas. A técnica, chamada de estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr), obteve sucesso, com resultados positivos maiores até do que os das terapias usuais, baseadas na ingestão de medicamentos. Detalhes do estudo foram publicados na revista European. Segundo os autores, a técnica poderá ajudar no desenvolvimento de intervenções mais eficazes.

O estudo surgiu com base em uma pesquisa de outro grupo de cientistas mostrando como o córtex pré-frontal estava ligado à busca compulsiva por cocaína. Estudiosos da Itália resolveram, então, buscar uma alternativa que pudesse modificar a ação dessa área cerebral em dependentes em cocaína. “A EMTr estimula uma região do cérebro que está envolvida no controle inibitório de comportamentos compulsivos, como o uso de cocaína. Estimulando essa área, os impulsos magnéticos estão ajudando o cérebro a controlar essa compulsão. Portanto, a terapia ajuda o paciente a se abster da droga”, detalhou ao Correio Lorenzo Leggio, um dos autores do estudo e pesquisador do Instituto Nacional de Abuso do Álcool e Alcoolismo, na Itália.
O teste com a técnica foi feito com 32 pacientes que buscaram ajuda em hospitais do país para se livrar do vício em cocaína. Metade deles recebeu os pulsos magnéticos e a outra parcela, medicamentos tradicionais. Após quase quatro semanas (veja infográfico), houve diminuição maior da fissura pela droga nos voluntários submetidos a sessões de EMTr do que os tratados com remédios. Também chamou a atenção dos estudiosos o número menor de desistentes no grupo de participantes submetidos aos pulsos magnéticos.
Se os resultados positivos se repetirem nos próximos experimentos, acreditam os autores, a técnica poderá ser incorporada a tratamentos de desintoxicação. “É importante ressaltar que, no momento, não existem medicamentos aprovados para transtorno do uso de cocaína, portanto, a EMTr poderia representar o primeiro tratamento biológico nesse sentido”, destaca Leggio. “Nossa etapa seguinte será realizar um ensaio maior, em que a EMTr será comparada a um placebo, de modo duplo-cego (sem que os pesquisadores e os voluntários saibam o que é ingerido durante os testes). Esse ensaio também precisará ter um seguimento mais longo”, completa.
Otimismo
Vanessa Teixeira Muller, neurologista e diretora médica da VTM Neurodiagnóstico, no Rio de Janeiro, destaca que o estudo italiano mostra dados importantes e bastante otimistas relacionados aos pulsos magnéticos. O que mais chamou a atenção da especialista foi a comparação da EMTr com os medicamentos geralmente prescritos. “Isso é um grande ganho, pois a técnica pode trazer mais efetividade com menos efeitos colaterais. A questão da segurança é essencial quando buscamos novos tratamentos médicos”, justifica.
Muller destaca ainda que o uso dos impulsos se baseia em uma teoria conhecida na área neurológica. Ela explica que a região do córtex pré-frontal dorso lateral, principalmente o esquerdo, é importante nas tomadas de decisão, pois nos permite mudar de comportamento de acordo com a necessidade. “Outros trabalhos apontam que o efeito da droga se dá nessa região. Quando a pessoa tem a fissura, ela possui um impulso incontrolável pra consumir aquilo”, diz.
A especialista explica que os pulsos e a intensidade usados nos dependentes químicos dependem de uma avaliação individualizada. Geralmente, no caso da cocaína, aplica-se com baixa frequência. “No caso da depressão, por exemplo, você precisa aumentar a atividade nessa mesma região. São diferentes protocolos com padrões distintos”, compara Muller

sábado, 5 de dezembro de 2015

Viana: O caos na gestão do prefeito sarneysista Chico Gomes





Em Viana, cidade administrada pelo ex-sarneisista histórico Chico Gomes, a quem o ex-secretário Ricardo Murad – investigado pela Polícia Federal – pediu votos nas eleições passadas, o transporte escolar é feito com ônibus em precárias condições.
O promotor de justiça de Defesa da Educação, Paulo Avelar; a chefe em exercício da Controladoria Geral da União (CGU) no Maranhão, Leylane Maria Silva; e o procurador do Ministério Público de Contas (MPC), Jairo Cavalcanti, apresentaram, na manhã desta quarta-feira, 2, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, em São Luís, o resultado de mais uma etapa da Operação Pau-de-Arara.
A vistoria conjunta foi realizada, de 23 a 27 de novembro, e teve o objetivo de averiguar a oferta do transporte escolar em Viana e outros municípios.
A ação integra o projeto “Transporte Escolar: uma questão de dignidade e justiça”, do Centro de Apoio Operacional da Educação, do Ministério Público do Maranhão (CAOp-Educação).
De acordo com o relatório, foram encontrados problemas graves nos locais inspecionados, que colocam estudantes em situação de risco, como transporte sendo feito em veículos paus de arara, automóveis sem a adequada adaptação para transportar estudantes e veículos em péssimas condições de conservação, com equipamentos quebrados, estrutura danificada e enferrujada, pneus carecas, sem cintos de segurança e sem assentos.