O governador Carlos Brandão deu uma demonstração de que sabe mexer as peças nesse jogo. Para começar, o seu partido, o PSB, que vem sofrendo uma erosão interna, por conta do afastamento da corrente dinista, saiu das urnas com 19 prefeitos (só tinha seis), num esforço nítido do seu comando. O MDB, comandado por Marcus Brandão, irmão e principal conselheiro político do governador, e que é hoje o seu principal esteio partidário da aliança governista, elegeu nada menos que 37 prefeitos. Os seus aliados mais próximos, o PP, sob o comando do ministro André Fufuca, fez 29 mandatários, e o União Brasil vai diplomar 26 eleitos. Somados esses ganhos maiores, sem incluir os pequenos partidos, a base governista saiu das urnas com 111 prefeitos.
Os resultados auferidos pelo Palácio dos Leões foram além, se acrescentados os sete prefeitos eleitos pelo PSDB – repaginado pelo secretário-chefe da Casa Civil Sebastião Madeira -, os seis do PRD, comandado pelo clã Marreca, e outros oito resultantes da soma de dois do PT, dois do Mobiliza, dois do Podemos, um do Cidadania e um do PV, totalizando uma base de 132 prefeitos. Com esse cacife, o governador Carlos Brandão se consolida como a maior liderança política do Maranhão nesse momento. Esse poder de fogo pode aumentar com uma possível aliança com pelo menos metade do PL, que pode fornir a base governista com pelo menos 150 prefeitos.
Na banda independente do mapa político rascunhado pelas urnas, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho confirmou seu força ao sair da disputa com quatro dezenas de prefeitos, reafirmando seu cacife como parte decisiva. O deputado federal Aluísio Mendes, situado na direita bolsonarista, conduziu o Republicanos a um resultado bem menor do que o partido conseguiu em 2020.
Ainda no campo oposicionista, o senador Weverton Rocha perdeu mais da metade do cacife com que saiu das urnas em 2020, despencando de 42 prefeitos para 19, e ainda perdendo colégios importantes, como Timon e Balsas, tendo ainda o PDT, que mandou na Capital por longo tempo, quase desaparecido em São Luís, onde conta agora com apenas um vereador, Raimundo Penha. Seu único aliado, o Solidariedade, fez apenas um prefeito.
É com base nesse rascunho que o mapa político do Maranhão para 2026 será definitivamente desenhado.