Jornalismo com seriedade

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Moro aceita denúncia e Cunha vira réu na Lava Jato

Processo investigará contas na Suíça; juiz pediu nesta quinta-feira (13) que defesa do deputado cassado apresente resposta
O deputado cassado Eduardo Cunha se tornou réu na Operação Lava Jato nesta quinta-feira (13) depois de o juiz federal Sérgio Moro aceitar denúncia enviada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do G1.
O magistrado ordenou que a defesa do ex-parlamentar apresente resposta em 10 dias. Agora, Cunha responde à ação penal na Justiça Federal do Paraná. No despacho, Moro afirma que a ação correrá em sigilo.

O ex-presidente da Câmara é acusado de receber propina por meio de contrato de exploração de petróleo no Bênin, na África, e de usar contas na Suíça para lavagem de dinheiro

Fogo invade fazenda e mata dezenas de animais em Governador Luiz Rocha

Vários animais ficaram mortos ontem após um incêndio ocorrido em que atingiu várias propriedades rurais em Governador Luiz Rocha.
O caso ocorreu por volta das 14h da última terça-feira e pegou fazendeiros da região de surpresa. Ao perceber que o fogo estava invadindo suas propriedades de forma incontrolável, os fazendeiros entraram em desespero.
O incêndio deixou os pastos queimados além de vários animais mortos. Quem divulgou o caso foi o proprietário rural e sindicalista Antônio Jacó, ele informou que o incêndio ocorreu no povoado Boca da Mata.
Os animais mortos pertenciam a moradores de assentamentos localizados nas proximidades. Agora, as temperaturas não são nada favoráveis e há possibilidades de novas queimadas na região.

O alerta na região é geral, já que a qualquer momentos novos focos de incêndio podem surgir

Santa Helena: “Flávio Dino se uniu ao grupo Sarney para derrotar o seu mais fiel e ideológico prefeito da Baixada”, diz aliado do prefeito Lobato

“Sinto-me traído. Aliás, não somente eu, mas todos do nosso grupo que acreditávamos ser os aliados preferencias do governador, mas agora na eleição ficou claro que ele trabalhou contra nosso projeto de reeleger o companheiro Lobato”.
Há coisas na política que não têm explicação. Ou, se explica, não justifica.
 Em Santa Helena, por exemplo, o grupo do prefeito Lobato (PPS) se sente traído pelo governador Flávio Dino (PCdoB) pelo fato de ter se unido ao grupo Sarney para derrotá-lo na eleição.
O candidato de oposição Zezildo Almeida (PTB) foi apoiado pela família Pavão, histórica aliada do sarneísmo no município, e venceu a eleição com 53,93% dos votos. Já o prefeito Lobato obteve 43,94% votos.
Por incrível que possa parecer, mesmo o vice de Lobato sendo um filiado do PCdoB, o diácono Fernando Crente, o Palácio dos Leões preferiu fazer vistas grossas à embaixada de governistas que foram fazer campanha a favor de Zezildo Almeida “Pavão”. Entre eles, o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto do mesmo PCdoB de Fernando Crente.
E mais: na eleição para governador em 2014, Lobato foi o único prefeito da Região da Baixada a fazer campanha aberta para Flávio Dino. E o que o prefeito recebeu em troca? Um completo esquecimento do agora governador do Maranhão que claramente fez o jogo do grupo Pavão/Sarney para derrotá-lo.
Para o  ex prefeito Touro Weba, um dos coordenadores da campanha de Lobato, a postura de Flávio Dino foi de deixar todos do grupo com o sentimento de que foram traídos, inclusive ele enquanto correligionário.
“Sinto-me traído. Aliás, não somente eu, mas todos do nosso grupo que acreditávamos ser os aliados preferencias do governador, mas agora na eleição ficou claro que ele trabalhou contra nosso projeto de reeleger o companheiro Lobato. Até o asfalto prometido para a cidade só chegou míseros 4 quilômetros e mesmo assim não concluídos ainda. As obras do prometido IEMA nunca começaram, enfim, nos enganaram. Flávio Dino se uniu ao grupo Sarney para derrotar o seu mais fiel e ideológico prefeito da Baixada. Mas, nada como um dia atrás do outro. Bola pra frente”, disse Toro Weba com certa indignação ao blog.
De fato, a luta do grupo liderado por Lobato nunca foi fácil. Pelo contrário, durante os dois primeiros anos de gestão Lobato, que coincidiu com os dois últimos do governo Roseana Sarney (PMDB), foi “marcado” pela governadora justamente por ser aliado de Flávio Dino.
Flávio Dino realmente foi ingrato com o prefeito de Santa Helena ao esquecer de tudo o que ele fez pelo comunista em 2014. E só uma coisa explica essa traição de Dino: o medo dele e de alguns dos seus aliados da caneta do senhor João Jorge Jinkings Pavão, conselheiro-presidente do Tribunal de Contas do Maranhão.
O que até explicar, mas não justificar.


PF prende ex-governador do TO e leva outro para depor coercitivamente

A Operação Ápia, deflagrada hoje, desarticulou esquema que fraudava licitações públicas e execução de contratos celebrados para a terraplanagem e pavimentação asfáltica em diversas rodovias estaduais.


Ex-governador de Tocantins Sandoval Cardoso 
O ex-governador de Tocantins Sandoval Cardoso foi preso na manhã desta quinta-feira pela Polícia Federal. Outro ex-governador do Estado, José Wilson Siqueira Campos, ex-PSDB, foi alvo de mandado de condução coercitiva. Os dois são investigados pela Operação Ápia, deflagrada hoje que desarticulou esquema que fraudava licitações públicas e execução de contratos celebrados para a terraplanagem e pavimentação asfáltica em diversas rodovias estaduais. A PF também faz buscas na Secretaria de Infraestrutura do TO (Seinfra).

Ex-governador do Tocantins Siqueira Campos
Os dois foram governadores do Tocantins entre 2011 a 2014, quando celebraram contrato de financiamento firmado com o Banco do Brasil, objetivando obter recursos do BNDES e captados no exterior no valor de R$ 1,2 bilhão, bem como a concretização de aditivos, contratos de garantia e de liberação dos recursos. Segundo a PF, os recursos adquiridos tiveram a União como garantidora da dívida.

Na decisão judicial que autorizou as ações, o Ministério Público Federal menciona o fato de na eleição de 2014,  José Wilson Siqueira Campos ter renunciado ao governo para eleger o filho, Eduardo Siqueira Campos, deputado estadual. A campanha deste último teria se beneficiado de doações eleitorais das empresas investigadas na Operação Ápia; assim como as candidaturas de Sandoval e de Eduardo  Gomes, que disputaram, sem sucesso, no mesmo ano para governador e senador. Eduardo Siqueira Campos foi eleito e, por ter prerrogativa de foro, não é alvo, neste momento, da operação.


Em comunicado à imprensa, a PF diz que estima-se que o prejuízo aos cofres públicos gire em torno de 25% dos valores das obras contratadas, o que representa aproximadamente R$ 200 milhões de reais

Ao jornalista Luís Nassif, Flávio Dino explica como venceu dinastia Sarney.

Luis Nassif entrevista governador que interrompeu 50 anos do poder dos Sarneys no Maranhão; Em um ano de gestão, Ideb do Estado saltou de 2,8 para 3,1.
 Por Luís Nassif
Jornal GGN

Nesta edição do Sala de visitas, Luis Nassif recebe Flávio Dino, atual governador do Maranhão que derrotou a dinastia de 50 anos de poder dos Sarneys no Estado.

Nas últimas eleições municipais o grupo político do maranhense conquistou 153 prefeituras dos 217 municípios do Maranhão, 46 dessas para seu partido, o PCdoB. O resultado foi um grande salto, considerando que há quatro anos os partidos que se uniram em oposição ao PMDB e coligados conquistaram apenas 17 prefeituras, sendo 4 do partido comunista.

Para Flávio Dino a vitória nas urnas ratifica a satisfação dos maranhenses com o seu governo. Empossado em 2015, o ex-juiz federal conseguiu aumentar a popularidade melhorando os gastos do dinheiro público, mesmo em meio à crise financeira que levou o Estado e perder R$ 1,200 bilhão de repasse do governo federal desde o início de sua gestão, em decorrência da recessão econômica que diminuiu os recursos do Fundo de Participação dos Estados.

"Não lamentamos muito porque nós conseguimos, ao mesmo tempo, fazer muito corte de despesa, porque havia espaço para isso. Nós cortamos 300 milhões de despesas suntuosas com coisas luxuosas, corrupção, desvios dos governantes que haviam antigamente. Só no Porto de Itaqui nós cortamos 60 milhões de reais em um ano de despesas administrativas que havia lá com consultorias, projetos, programas. E só com aviões e helicópteros a redução foi da ordem de 7 milhões de reais".

O governador destaca, ainda, que elevou os gastos com educação aumentando, por exemplo, o salários dos professores para R$ 5 mil / 40 horas semanais, reformando escolas e dobrado bolsas de pós-graduação, entre outras políticas no setor. Em um ano o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Estado saltou de 2,8 para 3,1. Uma melhora de 10%.

O político alerta, entretanto, que mesmo aumentando a eficiência dos gastos e estabelecendo um sistema de metas que tem ajudado seu governo a desenvolver a economia local o Maranhão começa a ter dificuldades financeiras por conta do quadro de recessão.

"Temos hoje alguma dificuldade de pagamento de fornecedores por conta da continuidade desse processo. É claro que você resiste durante algum tempo, depois vai se deteriorando", por isso Dino critica a proposta de emenda à constituição nº 241, do governo federal e aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, que limita os gastos públicos sobretudo em setores essenciais, como saúde e educação.

"Na hora que você vai no sentido de restrição do Estado e dos gastos sociais você está, na verdade, renunciando a um projeto de nação que seja agregador, porque na medida em que a nação é marcada por clivagem, ruptura, assimetrias, desigualdades como é que você vai ter um projeto de cultura da pátria, direitos humanos e de unidade nacional autêntica? É claro que o que vai prosperar na ausência do Estado é a concentração de renda, de poder, de conhecimento e a violência e o ódio entre os brasileiros como infelizmente a gente vê. Então é um projeto antinacional".

Nesta entrevista Dino também comenta a relação do seu governo com o poder judiciário e movimentos sociais, os problemas de segurança pública enfrentados no Estado, além da perseguição dos partidos de esquerda no Brasil e o esvaziamento da política.

Brasil é o pior país da América do Sul para ser menina

O Brasil é o pior país da América do Sul para ser menina, de acordo com relatório divulgado ontem pela ONG Save the Children, dos Estados Unidos. Entre 144 países avaliados, o Brasil aparece na 102ª posição, à frente apenas de Guatemala e Honduras, no continente americano. Os indicadores avaliados são o casamento infantil, gravidez na adolescência, mortalidade materna, representatividade de mulheres no parlamento e conclusão do ensino médio.
No dia internacional da menina, celebrado em 11 de outubro, estatísticas negativas descortinam as dificuldades enfrentadas por elas ao longo do processo de desenvolvimento. A gravidez na adolescência e o casamento infantil são os indicadores que mais preocupam. De acordo com o relatório, a cada sete segundos, uma garota com menos de 15 anos se casa, na maioria das vezes, forçada. E a cada 12 meses, 70 mil adolescentes morrem por complicações na gravidez ou no parto.
O Brasil é o 4º país com o maior número de meninas, com até 15 anos, casadas, de acordo com a pesquisa Ela vai no meu barco – Casamento na infância e adolescência no Brasil, realizada pelo Instituto Promundo em parceria com a Unicef, divulgada em 2015. E cerca de 88 mil meninas e meninos, de 10 a 14 anos, estão em casamentos consensuais civis ou religiosos, de acordo com dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Sobre a representatividade de mulheres no parlamento, o documento indica que os países buscam igualdade de gênero entre parlamentares, independente do tamanho da economia. “Apenas três dos países com a maior proporção de mulheres deputadas são de alta renda — Suécia, Finlândia e Espanha. Ruanda está no topo da tabela com 64% de deputadas, seguido por Bolívia e Cuba. Apenas 19% dos deputados nos EUA são mulheres, e apenas 29%, no Reino Unido”, aponta o relatório. No mundo, 23% dos assentos parlamentares são ocupados por mulheres. Qatar e Vanuatu não possuem nenhuma mulher no parlamento.
O Brasil está atrás de países com histórico de abusos contra mulheres como Irã, Sudão, Iraque, Índia e Síria. De acordo com a pesquisa, um dos indicativos que contribuem para a colocação é a falta de representatividade de mulheres no parlamento. Mas o relatório também chama atenção para os altos índices nos quesitos casamento infantil e gravidez na adolescência.


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Banco do Brasil planeja demitir 18 mil funcionários

Reestruturação do banco começa com a extinção das áreas de crédito imobiliário e de relações com funcionários. Perderam os cargos 10 dirigentes e outros cinco mudaram de área. Próxima etapa é enxugamento do quadro.


Correio Braziliense

O Banco do Brasil (BB) iniciou ontem o profundo processo de reestruturação que vem sendo planejado desde o início do governo de Michel Temer. Das 27 diretorias, duas foram extintas: a de Crédito Imobiliário (Dimob) e a de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref), que ficará com a recém-criada diretoria de Governança de Entidades Ligadas. Perderam os cargos 10 diretores do banco e outros cinco mudaram de área. A área de Estratégia da Marca foi cindida para dar lugar às diretorias de Estratégia e Organização e de Marketing e Comunicação.

Além dessas mudanças, O BB deve anunciar nos próximos dias um plano de demissões voluntárias. Os números ainda não estão definidos. Comenta-se nos corredores da instituição que a meta é reduzir em até 18 mil o atual quadro de 115 mil colaboradores. A ideia do governo é tornar a instituição mais leve, o que poderá também reduzir o escopo de negócios.

Aviso

Os 93 funcionários da Dimob foram avisados no final da tarde de ontem que a área será integrada à Diretoria de Empréstimos e Financiamentos (Diemp), na qual trabalham outras 133 pessoas. O enxugamento será inevitável. O diretor da Dimob, Hamilton Rodrigues, vai se aposentar. As áreas reunidas ficarão sob o comando de Edson Pascoal Cardozo, servidor de carreira do banco, que foi promovido.

A Dimob é extramente simbólica. Foi criada há cinco anos, separando-se da Diemp, quando a economia brasileira bombava e a popularidade de Dilma Rousseff estava nas alturas. Não há dúvidas de que a área perde prestígio dentro do banco. O foco era o Minha Casa Minha Vida, uma das principais vitrines da administração petista. O programa habitacional já vinha perdendo importância há pelo menos um ano na instituição financeira.

O BB é hoje o segundo no mercado de crédito imobiliário, com 8,63% do mercado, perdendo apenas para a Caixa Econômica Federal, isolada em primeiro lugar, com fatia de 51,72%. Mesmo com a diferença grande, o BB tem uma carteira respeitável, de R$ 53 bilhões em empréstimos. Isso tende a diminuir muito nos próximos anos, com a mudança de foco da instituição.

A diretoria de Entidades Ligadas, que será comandada por Cícero Przendsiuk, ficará subordinada à vice-presidência de Finanças e passará a acumular as funções da extinta Unidade de Gestão de Entidades Ligadas. A área será responsável pelo relacionamento com a Previ, fundo de pensão dos empregados da estatal, com a Cassi, plano de saúde dos empregados do banco, e com a Economus, fundo de pensão dos funcionários da Nossa Caixa, comprado pelo BB.

Todas as alterações foram aprovadas pelo Conselho de Administração do BB. O colegiado, presidido pelo secretário-executivo da Fazenda, Eduardo Refinetti Guardia, também deve promover trocas nas vice-presidências. O processo tem sido conduzido pelo presidente do banco, Paulo Rogério Caffarelli, com respaldo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Fernando Florencio Campos passará a comandar a diretoria de Mercados de Capitais e Infraestrutura. O chefe da diretoria de Tecnologia será Gustavo de Souza Fosse. A diretoria de Agronegócios passará a ser comandada por Reinaldo Kazufumi Yokoyama. Para a diretoria de Marketing e Comunicação foi designado Alexandre Alves de Souza. Fabiano Macanhan Fontes será diretor de Soluções de Atacado; José Eduardo Moreira Bergo, de Segurança Institucional; Marco Túlio de Oliveira Mendonça, de Crédito; e Márvio Melo Freitas, de Controladoria.

Técnicos envolvidos na reestruturação do Banco do Brasil dizem que todas as mudanças buscam a sobrevivência do banco, que perdeu muita competitividade nos últimos anos. A rentabilidade média caiu à metade, de cerca de 14% para 7% ao ano.

Caffarelli tem comentado com interlocutores que é inconcebível o maior banco do país estar tão distante de seus concorrentes privados. Atribui-se no governo e no BB a perda de competitividade ao uso da instituição durante as administrações petistas para promover políticas equivocadas de crédito. O atual presidente, funcionário de carreira do banco, foi secretário-executivo de Guido Mantega no Ministério da Fazenda